
As lembranças de uma noite fria assombram as manhãs agitadas e as corriqueiras tardes de verão. O ar pesado, regado de melancolia, me causa momentâneas vertigens, afogadas em infindáveis copos de cerveja e cigarros. Seja em um bar, ou dentro do meu próprio quarto. O calor das cobertas ameniza todo o frio da solidão, já desamparada e confusa devido ao comprometimento da minha lucidez. Todos os momentos bons vêm à tona. As lágrimas já caem naturalmente em sintonia com as lembranças, recordadas em forma de filme, com direito a trilha sonora e legenda.
De repente me transporto ao mundo das recordações, onde as flores cheiram a nostalgia e tudo parece real de mais a ponto de me enganar. Eu revivo tudo aquilo em tom de partida. As cores deslumbram meus olhos já encharcados e desconsolados em ter que se desvencilhar daquele mundo.
A lucidez bate em minha porta, me abraça e eu durmo.
Marcus Miranda
Adoro esse estilo de texto, melancólico e sombrio, sem deixar de ser lindo, tocante e delicioso de ler e imamginar!
ResponderExcluirmais uma vez, perfeito!